"Insanity's so personal. It's hard to know who shares our secrets"
Don DeLillo, em The Day Room
089A e 089B são um casal. Estão juntos há cerca de 12 anos. Eles me apareceram meio que por acaso. Ela me procurou em um grupo de discussão. Tinha os olhos pretos muito fundos, miúda e de riso farto. Marcamos um café poucos dias depois próximo ao que seria sua casa, descobri durante nosso encontro. No café os olhos atentos pareciam desconcertados, com frequência colocava os cotovelos sobre a mesa como que insinuando que eu olhasse pouco mais para seu decote. Sabia que ela era casada assim como ela também sabia que eu tinha predileção por meninos. Perguntei o que se passava até que ela disse a real natureza do seu interesse em falar comigo. O marido estava com vontade de "mudar algumas coisas" na relação. Ela tinha interesse, e assim como eu tinha um interesse em uma série de coisas que descrevia como dominação. O sisma era sobre como executá-las. Saímos do café e fomos até sua casa. O marido trabalhava em home office aquele dia. Ela havia avisado que sairíamos para ali perto, até que pouco mais de uma hora e meia depois chegamos os dois.
089B ficou desconcertado. Abriu a porta e me viu. Reconheceu a pessoa transcrita nas fotos que a esposa apresentava. Sorriu - um sorriso misto de ansiedade, tesão e medo, penso eu. A mão fria, quase tremia. Ele não havia tido até então qualquer relação mais íntima com outros homens. E de repente, ali estava sua esposa com um riso sarcástico e um estranho conhecido de poucos dias. Sentamos os dois no sofá. Olhei em seus olhos, ele baixou o rosto. Enquanto falávamos pedi que ele se aproximasse, sentasse no chão próximo a mim. Enquanto falávamos ele ouvia. Eu alisava seu cabelo, eventualmente puxava a pele na altura da nuca. A garganta pigarreava quando pedi a 089B que nos preparasse um café. Ali combinamos nossa estratégia de projeto de domesticação do marido.
O café chegou, ele voltou a seu lugar. Entre eu e a esposa, ele foi mandado a tirar o sapato da companheira. Entregou em minhas mãos. Terminado o café, 089A trouxe uma camisa de tecido leve. O toque era macio em minhas mãos. Ordenei que levantasse. Virasse de olhos pra parede. Colocamos sobre seus olhos uma venda e o conduzimos até o quarto. Com ajuda de um pedaço de corda que havia disponível na cozinha ensinei a mulher a acomodar seu marido ao pé da cama. Os braços colocados para trás, as costas ajustadas à quina da cama, as pernas juntas em comprimento. Sentei nos ombros de 089B enquanto beijava sua companheira. Tirei sua camisa e acaricie os seios. Eram um tanto caídos denunciando o movimento natural da vida que os fazia simultaneamente macios, tenros e firmes. Enquanto levantava-me a mulher se pôs de joelhos, de costas pra mim e com o rosto frente a frente com o marido que a tudo sentia sem poder ver com os olhos. Ouvia o que falávamos, sentia o cheiro do suor que escorria de mim, do perfume do cabelo já há muito conhecido. Tirei sua saia, a coloquei de pé e com a boceta exposta mandei que sentasse sobre a cara do companheiro.
Tomei para mim uma cadeira e fiquei ali próximo ao casal. Os corpos se contorciam. A mulher eventualmente olhava para mim por cima dos ombros enquanto tinha o corpo do companheiro de anos ali, aparentemente estático desde o pescoço até os pés. Enquanto olhava a mim e despejava o peso do corpo por cima do marido, seus dedos provocavam o limite que o tempo lhes haviam imposto. Redobravam-se tão rápido e profundamente quanto a língua do parceiro parecia ir além e dentro. Seu pau latejava, duro estava como o chão. Eventualmente ao notar um sinal mais brusco deslizava meu próprio pé sobre a genitália lhe ordenando retornar à posição que lhe era devida e reconhecendo a ordem dos prazeres. Como servo, ele deveria privilegiar sua esposa, era dela o prazer e ele um meio para atingi-lo.
A mulher virou de costas assumindo uma posição semelhante à minha poucos minutos antes, sentando sobre o peito marcado de sol do companheiro. Sentou-se sobre o pau do marido, sem se deixar ser penetrada, deixando-o ali entre as suas próprias pernas e meus olhos. Conversávamos enquanto ela acariciava meus pés. Eventualmente ao ouvir alguma palavra do marido lhe dávamos alternadamente um tapa ou soco leve para que recordasse que não havia sido solicitado a participar.
Era um fim de tarde e começo de noite particularmente quentes. Reclamávamos do calor enquanto elogiávamos o suor dos corpos. O marido provocado e intimado ao seu próprio silêncio deixava entrever a atmosfera de excitação. Os pelos enrijecidos, eriçados revelando os perfumes naturais da pele, o saco particularmente inchado pelo peso da companheira por longos minutos sobre sua genitália frágil já estava corado também. Uma lágrima escorria lenta e vagarosa de seus olhos como em sinal de plenitude. Era como se tivesse encontrado em um momento breve e curto o bonito da vida.
Saímos para o banheiro. Aquecemos um pouco a água e logo depois retornei para buscar o companheiro que recobrava seu próprio corpo ainda esmorecido. Ao levantar não exitou abraçar-me. Ali, tendo sua esposa por testemunha ele ainda com uma lágrima vagarosa descendo à altura das bochechas deu-me um beijo tímido e baixinho sussurrou um "obrigado senhor", e recolheu-se no abraço da esposa. Tomamos banhos os três juntos, emulando um genuína intimidade que seria pouco imaginável para três pessoas até poucos instantes desconhecidas entre si.
Voltei pra casa instigado por aquela tenra mistura de café, suor, história e intimidade. E ali iniciei uma nova página de Mapa, meu diário particular que se inicia logo após Suor.
Tomei para mim uma cadeira e fiquei ali próximo ao casal. Os corpos se contorciam. A mulher eventualmente olhava para mim por cima dos ombros enquanto tinha o corpo do companheiro de anos ali, aparentemente estático desde o pescoço até os pés. Enquanto olhava a mim e despejava o peso do corpo por cima do marido, seus dedos provocavam o limite que o tempo lhes haviam imposto. Redobravam-se tão rápido e profundamente quanto a língua do parceiro parecia ir além e dentro. Seu pau latejava, duro estava como o chão. Eventualmente ao notar um sinal mais brusco deslizava meu próprio pé sobre a genitália lhe ordenando retornar à posição que lhe era devida e reconhecendo a ordem dos prazeres. Como servo, ele deveria privilegiar sua esposa, era dela o prazer e ele um meio para atingi-lo.
A mulher virou de costas assumindo uma posição semelhante à minha poucos minutos antes, sentando sobre o peito marcado de sol do companheiro. Sentou-se sobre o pau do marido, sem se deixar ser penetrada, deixando-o ali entre as suas próprias pernas e meus olhos. Conversávamos enquanto ela acariciava meus pés. Eventualmente ao ouvir alguma palavra do marido lhe dávamos alternadamente um tapa ou soco leve para que recordasse que não havia sido solicitado a participar.
Era um fim de tarde e começo de noite particularmente quentes. Reclamávamos do calor enquanto elogiávamos o suor dos corpos. O marido provocado e intimado ao seu próprio silêncio deixava entrever a atmosfera de excitação. Os pelos enrijecidos, eriçados revelando os perfumes naturais da pele, o saco particularmente inchado pelo peso da companheira por longos minutos sobre sua genitália frágil já estava corado também. Uma lágrima escorria lenta e vagarosa de seus olhos como em sinal de plenitude. Era como se tivesse encontrado em um momento breve e curto o bonito da vida.
Saímos para o banheiro. Aquecemos um pouco a água e logo depois retornei para buscar o companheiro que recobrava seu próprio corpo ainda esmorecido. Ao levantar não exitou abraçar-me. Ali, tendo sua esposa por testemunha ele ainda com uma lágrima vagarosa descendo à altura das bochechas deu-me um beijo tímido e baixinho sussurrou um "obrigado senhor", e recolheu-se no abraço da esposa. Tomamos banhos os três juntos, emulando um genuína intimidade que seria pouco imaginável para três pessoas até poucos instantes desconhecidas entre si.
Voltei pra casa instigado por aquela tenra mistura de café, suor, história e intimidade. E ali iniciei uma nova página de Mapa, meu diário particular que se inicia logo após Suor.
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